Aliança Liberal

Neste artigo dedicado a Aliança Liberal, nos aprofundaremos em uma extensa análise que abordará diversos aspectos relacionados a este tema. Exploraremos o seu impacto na sociedade atual, a sua relevância na história, os avanços e desenvolvimentos que sofreu ao longo do tempo, bem como as diferentes perspetivas que existem em torno dela. Através desta jornada, procuramos fornecer uma visão abrangente que permita aos nossos leitores compreender plenamente a importância e o alcance de Aliança Liberal em vários contextos.

Aliança Liberal
Aliança Liberal
Líder Getúlio Vargas
João Pessoa
Fundação 1929
Dissolução 19 de março de 1930
Ideologia Nacionalismo
Liberalismo
Anti-Política do café com leite
Espectro político Centro à centro-direita

A Aliança Liberal foi uma aliança política no Brasil efetuada no início de agosto de 1929 por iniciativa de líderes políticos de Minas Gerais e Rio Grande do Sul com intuito de apoiar as candidaturas de Getúlio Vargas e João Pessoa à presidência e vice-presidência nas eleições de 1 de março de 1930, em oposição a Júlio Prestes, o candidato paulista do também paulista e então presidente Washington Luís.

História

Getúlio Vargas em 1930

Nas eleições de 1 de março de 1930, o então presidente paulista Washington Luís lançou candidatura do também paulista Júlio Prestes. Sua escolha visava assegurar a continuidade da política econômico-financeira, de austeridade e contenção de recursos à cafeicultura, ao mesmo tempo que representava o rompimento do tradicional revezamento entre São Paulo e Minas Gerais na presidência. Se sentindo alijado, o candidato mineiro de Minas Gerais, Antônio Carlos Ribeiro de Andrada, buscou apoio do Rio Grande do Sul. Após intensas negociações entre o final de 1928 e julho de 1929, no dia 30 de julho a comissão executiva do Partido Republicano Mineiro lançou as candidaturas de Getúlio Vargas e João Pessoa Cavalcanti de Albuquerque à presidência e vice-presidência respectivamente. No dia seguinte, o Partido Libertador (PL), do Rio Grande do Sul, unindo-se ao Partido Republicano Rio-Grandense (PRR) na Frente Única Gaúcha (FUG), deu apoio à chapa de oposição. Visando tornar sua ação mais concreta, a oposição formou, no início de agosto, a Aliança Liberal sob liderança do mineiro Afonso Pena Júnior (presidente) e do gaúcho Ildefonso Simões Lopes (vice-presidente). Para além de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraíba, a Aliança Liberal recebeu apoio de todas as oposições estaduais, sobretudo do Partido Democrático de São Paulo e o Partido Democrático do Distrito Federal.

Em 20 de setembro, em convenção realizada no Rio de Janeiro, a Aliança Liberal homologou a chapa Vargas-Pessoa e sua plataforma eleitoral, redigida pelo republicano gaúcho Lindolfo Collor. Estabelecendo como essencial a reforma política, defendia a representação popular através do voto secreto, a Justiça Eleitoral, a independência do Judiciário, a anistia aos revolucionários de 1922, 1924 e 1925-27 e adoção de medidas econômicas protecionistas a produtos de exportação além do café. Preconizava, ainda, medidas de proteção aos trabalhadores, como a extensão do direito à aposentadoria, a aplicação da lei de férias e a regulamentação do trabalho do menor e da mulher. No mesmo ano, uma corrente mais radical, formada por políticos jovens como João Neves da Fontoura, Oswaldo Aranha e Virgílio de Melo Franco, passou a admitir a hipótese de desencadear movimento armado em caso de derrota nas urnas. Como primeiro passo, buscaram a colaboração de tenentes. Essas negociações se deram com grande dificuldade devido a desconfianças recíprocas, pois na Aliança estavam alguns dos principais adversários dos tenentes, sobretudo Artur Bernardes, Epitácio Pessoa e João Pessoa.

Pouco seguro, Vargas estabeleceu um acordo político com Washington Luís em que ficou acertado que, em caso de derrota, o candidato oposicionista aceitaria o resultado e passaria a apoiar o governo. Em compensação, o governo federal se comprometia a não apoiar a oposição gaúcha e reconhecer a vitória dos candidatos vinculados à Aliança Liberal nas eleições à Câmara dos Deputados. Vargas restringiria sua participação pessoal na campanha ao Rio Grande do Sul. Com a radicalização da campanha, o acordo foi rompido e a maioria governista na Câmara dos Deputados decidiu não dar quórum às sessões parlamentares, impedindo assim a manifestação dos deputados aliancistas. Em janeiro de 1930, Vargas viajou ao Rio de Janeiro, e na capital federal promoveu um grande comício na esplanada do Castelo. Estendeu sua viagem a São Paulo e Santos, onde foi recebido com demonstrações populares de apoio. O resultado do pleito de 1 de março deu a vitória a Júlio Prestes e Vital Soares, eleitos com 57,7% dos votos. Em 19 de março, Borges de Medeiros, líder do PRR, reconheceu a vitória de Júlio Prestes, dando por encerrada a campanha da oposição. Porém, as articulações dos oposicionistas prosseguiram, vindo a resultar, no mês de outubro, na Revolução de 1930, que levou Getúlio Vargas ao poder.

Referências

  1. a b c d «Aliança Liberal». FGV CPDOC. 2019